30 abril 2010

Tudo, todos e todo

Somos feitos de barro e de fogo
e por isso somos o desejo e o amor.
Fomos feitos de terra e de água
e assim somos eternos como a vida
e somos passageiros como a flor.
Somos a luz , a sombra, o claro, a escuridão
a memória de deus, a história e a poesia.
Somos o espaço e o tempo, a casa e a janela
e a noite e o dia , e o sol e o céu e o chão.

Somos o silêncio e o som da vida
O estudo , a lembraça e o esquecimento.
Somos o medo e o abandono.
A espera somos nós a esperança.
Pois não somos mais e nem menos do que o todo
e nem somos menos e nem mais que tudo.
Somos o perene e o momento, a pedra e o vento.
a energia e a paz, a vida criada e o criador.
Somos o mundo que sente , e irmão da vida
somos a aventura de ser vida e sentimento.
e assim em cada ave que voa há nossa alma,
e em cada ave que morre, a nossa dor.


                   O jardim de todos: autores associados, 2004 p.71

19 abril 2010

Amor que não cobra

O amor quando maduro não é menor em intensidade.
Ele é apenas silencioso.
Não é menor em extensão.
É mais definido colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações.
Presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa de presenças exigidas.
Amplia-se com as ausências significativas.
O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo.
Mas vive dos problemas da felicidade.
Problemas da felicidade são formas

trabalhosas de construir o bem, o prazer.
Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.
Na felicidade está o encontro de peles,
o ficar com o gosto da boca e do cheiro do outro
está a compreensão antecipada,
a adivinhação, o presente de valor interior,
a emoção vivida em conjunto,
os discursos silenciosos da percepção,
o prazer de conviver, o equilíbrio entre carne e espírito.
O amor maduro é a valorização do melhor
do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu, mesmo tendo ficado
 para depois, vive do que jamais fermentou,
criando dimensões novas para sentimentos antigos,
 jardins abandonados, cheios de sementes.
Até o amor por Deus amadurece
 quando aprofunda e estende.
O amor, qualquer amor, quando
maduro, não pede, tem.
Não reivindica, consegue.
Não percebe, recebe.
Não exige, oferece.
Não pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz.

05 abril 2010

As palavras sempre ficam

"Se me disseres que me amas, acreditarei.
Mas se escreveres que me amas,
Acreditarei ainda mais.

Se me falares da tua saudade, entenderei.
Mas se escreveres sobre ela,
Eu a sentirei junto contigo.

Se a tristeza vier a te consumir e me contares,
Eu saberei.
Mas se a descreveres no papel,
O seu peso será menor."


... E assim são as palavras escritas: possuem um magnetismo especial, libertam, acalentam, invocam emoções.
  Elas possuem a capacidade de, em poucos minutos, cruzar mares, saltar montanhas, atravessar desertos intocáveis.
 Muitas vezes, infelizmente, perde-se o autor, mas a mensagem sobrevive ao tempo, atravessando séculos e gerações.
Elas marcam um momento que será eternamente revivido por todos aqueles que a lerem.
Viva o amor com palavras faladas e escritas. Mate saudades, peça perdão, aproxime-se. Alegre alguém, ofereça um simples "bom dia". Faça um carinho especial.
Use a palavra a todo instante, De todas as maneiras. Sua força é imensurável. Lembre-se sempre do poder das palavras.

"Quem escreve constrói um castelo, e quem lê, passa a habitá-lo."
(A.D)

01 abril 2010

Ensinamentos...

A vida nos ensina que perder faz parte do jogo,
mas não ensina como sufocar a dor da perda.
A vida nos ensina a dar para receber,
mas não ensina a suportar a ingratidão.
A vida nos ensina a ter paciência,
mas não nos ensina até quando temos que esperar.
A vida nos ensina a amar ao próximo,
mas não nos ensina a esquecer um desamor.
A vida nos ensina que a distância traz o esquecimento,
mas não ensina que ela também aumenta a saudade.
Enfim, o que a vida nos ensinou é o que também deixou de nos ensinar.

KHumpel